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COLUNA - 'QUEM FOI'

PARTE II

BENEDITO TEIXEIRA "BIRIGUI"

1919

2001

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Comerciante do ramo de café, Benedito Teixeira nasceu em Embaúba-SP, em 24 de Julho de 1919 e faleceu em Rio Preto, em 10 de Janeiro de 2001. Mais conhecido como Birigui, Benedito Teixeira foi jogador de futebol e ponta esquerda do Rio Preto Esporte Clube, em 1936, do Guarani de Catanduva, do Comercial de são Paulo, Fluminense do Rio de Janeiro e do América Futebol Clube, de 1946 a 1949. A partir do início da década de 1950, tornou-se diretor de futebol do América até chegar à presidência, de  1972 a 1996 e vice-presidente, de 1970 a 1972. Birigui foi considerado um dos maiores dirigentes esportivo de todo interior paulista e respeitado em todo país. Com Romeu Ítalo Rípolli, diretor e presidente do XV de Piracicaba, José Ferreira Filho, presidente do Juventos F.C. e Cláudio Amantini, do Noroeste de Bauru formou o clube dos 13 do interior, alcançando grande representatividade junto a Federação Paulista de Futebol e a CBD. Com Birigui na presidência o América alcançou seu maior prestígio e sucesso, chegando a disputar pela primeira vez o Campeonato Brasileiro da primeira divisão. Com ele, o sonho de um novo estádio torna-se realidade. Em 10/02/1996 é inaugurado no Jardim Primavera o estádio Benedito Teixeira, o “Teixeirão”. Uma justa homenagem.

CARUARU

1928

2012

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Ele morreu aos 84 anos, pobre, sem filhos e sem nenhum bem. Deixou apenas sua inseparável bicicleta, seu quepe militar (feito por ele mesmo) e a sua suja e surrada farda. Foi enterrado como indigente na cova 6963, quadra 5, no cemitério municipal do distrito de Talhado. Mário da Silva, o Caruaru, nascido em Catende, estado de Pernambuco, foi um dos maiores personagens e figuras pitorescas de toda nossa história. Por 40 anos, foi carregador de malas na Estação Ferroviária Araraquarense e posteriormente na Rodoviária. Com o peso da idade, virou flanelinha pelas ruas da cidade até fixar-se no Mercado Municipal, aos domingos, e na Cachaçaria, na Avenida Andaló,  durante a semana. Tornou-se uma figura tão popular que recebeu votos e foi eleito vereador municipal sem ter sido inscrito como candidato no pleito. E ainda mereceu uma música em sua homenagem, escrita por Roberto Corrêa e Mário Gíglio, gravada pelo Coral do Teatro Municipal. “Lá vem o trem, chique, chique ú, quem leva a mala doutor, é o Caruaru”, diz um dos versos da música. Caruaru foi amigo de prefeitos, deputados e figuras ilustres da sociedade rio-pretense. Mas morreu pobre, indigente e triste com os políticos atuais, que não lhe deram um emprego de guarda na Prefeitura ou na Câmara Municipal. Era o seu último sonho. Descanse em paz guerreiro.

CHIQUINHA DOMINGUES

13/12/1903

30/06/1997

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Poucas mulheres foram tão avançadas como ela. Nascida em Piracicaba e falecida em Rio Preto, Dona Chiquinha, como era mais conhecida, foi escritora, cantora, cronista e poetisa. Escreveu os livros “Começou assim”, 1961, “Os desajustados”, 1968 e  “Terminou a primavera”, 1977. Foi cronista nos jornais O Estado de São Paulo, A Notícia, Correio da Araraquarense e Dia e Noite. Integrante da Academia Piracicabana de Letras e detentora da Comenda da Imperatriz Leopoldina do Instituto Geográfico e Histórico de São Paulo. Foi também a primeira mulher a obter a carteira de motorista em São Paulo. Em 1932 casou-se com o médico e prefeito de Rio Preto, de 1941 a 1945, Ernani Pires Domingues. Muitas de suas realizações tiveram o dedo de D. Chiquinha, como a Construção do Mercado Municipal.  Nas comemorações do Cinqüentenário do Município, em 1944, o interventor, doutor Fernando Costa, em visita à Rio Preto, pediu um copo d’agua. Naquela época a água de Rio Preto era barrenta e ela vivia solicitando ao marido a solução do problema. Quando recebeu o copo, o interventor olhou espantado. “Esta é a água que o povo de Rio Preto toma”, disse D. Chiquinha. Imediatamente, Fernando Costa deu ordens para que chegando a São Paulo o problema fosse resolvido. E resolveu! Merecia ser ouvida.

CUIABANO

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17/06/1980

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Na lista das maiores figuras pitorescas de toda nossa história não pode faltar Olívio Campanha, o “Cuiabano”. Nascido em Monte Alto-SP, em 1949, ele e seu irmão Antônio foram morar em Cardoso, onde formaram a dupla “Campanha e Cuiabano”. No mesmo ano já estavam em Rio Preto se apresentando nos programas dominicais da Rádio PRB-8. Foi sucesso imediato. Em seguida foram para a capital e numa visita à Rádio Tupi, conseguiram se apresentar com sucesso no programa “Festa da Roça”, comandado por Mazzaropi. Gravaram em 1952, no Rio de Janeiro, seu primeiro disco em 78 rpm, pelo selo Copacabana, assinando o primeiro contrato com uma gravadora. Em 1965, se separaram. Cuiabano iniciou uma carreira no rádio que o eternizou. Seu programa na Rádio Independência AM alcançou um dos maiores índices de audiência de toda história, com seu jeito brincalhão e extrovertido. Convocava seus ouvintes para “passar lá”, uma referência à sua casa na zona do meretrício. “Se deita, se rola, se cata paia? Quiá, quiá, quiá”... Assim Cuiabano fez história. Internado na Santa Casa, o médico disse: “se beber, vai morrer”. Com alta, pegou um ônibus e encostou-se ao balcão da Padaria Rosa de Ouro. Deu seu último gole. Morreu dias depois, como quis: na boemia. Que figura! Passa lá...

ROBERTO FARATH

26/01/1933

21/05/2009

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Músico e pianista, Roberto Benedito Farath nasceu e faleceu em São José do Rio Preto. Foi regente da Orquestra Sinfônica Rio-pretense e do Coral do Teatro Municipal. Participou da Orquestra de Renato Perez, do Conjunto Musical Icaraí e da Orquestra  Pedrinho de Guararapes. Foi autor do Hino do América Futebol Clube, em parceria com Walter Benfatti e um dos fundadores do Tangolero, grupo musical rio-pretense, fundado em 1983, com apresentações em todo Brasil e América do Sul. Foi diretor musical do Conjunto AC, do Rio Preto Automóvel Clube, por mais de três décadas, e pianista por mais de 50 anos, desde a sede velha, na Rua Voluntários de São Paulo, esquina com a Rua Silva Jardim. Em novembro de 2008, Farath recebeu uma justa homenagem da diretoria do clube, que nomeou no restaurante panorâmico o “Espaço Maestro Roberto Farath”. Compositor de tangos (sua maior paixão), boleros, marchas e música popular brasileira; gravou vários discos e participou do CD “Antologia Musical de São José do Rio Preto”, lançado em 1996. Professor de teoria musical e harmonização. Foi eleito membro da Academia Rio-pretense de Letras e Cultura, mas infelizmente faleceu antes de tomar posse. Mesmo assim, será eternamente o patrono da sua cadeira.

DR. ROQUETTE

08/07/1934

07/08/2002

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Carlos Roberto Roquette Lima nasceu em São José do Rio Preto. Médico, formado pela Faculdade de Medicina da Universidade do Paraná, Curitiba, em 1959. Foi diretor clínico da Santa Casa de Rio Preto de 1968 a 1969; chefe do Serviço de pediatria de 1960 a 1975; diretor da Sociedade de Medicina e Cirurgia de 1968 a 1969; segundo tesoureiro da Unimed desde 1971 e representante regional junto à Sociedade de Pediatria de São Paulo de 1979 a 1981. Foi um dos mais atuantes diretores do Rio Preto Automóvel Clube, principalmente na diretoria social. Em 1970, na gestão de Zaia Tarraf e Ivan Rollemberg, trouxe ao clube, juntamente com o empresário Marcus Lázaro, os maiores nomes da música popular e da TV brasileira como Maysa, Elis Regina, Ronald Golias, entre outros, com o “Show da meia-noite”, um marco em nossa cidade. Foi presidente do clube de 1981 a 1985, de 1987 a 1989 e de 1995 a 1997; conselheiro desde 1985. Boêmio declarado, Dr. Roquette foi um dos fundadores da “Turma do Koxixo”, uma das mais antigas confrarias ainda existentes na cidade, fundada na década de 1960, por empresários e profissionais liberais de várias áreas. Dr. Roquette Lima com a sua elegância e seu inseparável Ford Galaxy Azul, deixou saudade.

FUAD MIGUEL PACHÁ

23/01/1930

27/07/2000

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Uma eleição municipal poderia despertar o interesse de toda mídia nacional? Muito difícil. Mas aconteceu em Rio Preto! Em 1976, com o contexto do bipartidarismo, sendo Arena e MDB como sub-legendas, cada partido lançava três candidatos. Neste ano, Fuad Miguel Pachá foi o 3º Candidato do MDB. Sua campanha, coordenada pelo jornalista Walter do Valle, não decolava. Valle teve a idéia de trazer o Padre Salmazo, da cidade de Bálsamo, conhecido por fazer exorcismos, para “benzer” a campanha”. Com o título “Exorcismo em campanha eleitoral, para expulsar os demônios da política de Rio Preto”, a notícia foi parar nos principais jornais do Brasil, como a Folha de São Paulo, O Estado de São Paulo e Jornal do Brasil. Na manhã seguinte, os maiores canais de televisão do país estavam na porta da casa de Pachá. A campanha deslanchou e chegou a ameaçar a vitória do candidato Adail Vettorazzo. Pachá não ganhou, mas “assustou”. Nascido em Catanduva e falecido em Rio Preto, foi comerciante, industrial e cafeicultor. Defendia a retirada dos trilhos da Fepasa, a implantação de uma garagem subterrânea no centro da cidade e construção de postos de saúde nos bairros. Dá nome ao primeiro trevo da Rodovia Washington Luiz, próximo a cidade de Catanduva.

HUDSON BUCK

18/11/1948

06/11/2008

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Quando entramos na Catedral de Rio Preto, damos de cara com quatro painéis no altar, feitos em 1991. Inclusive com a imagem do padroeiro, São José do Botas. O mesmo acontece no Teatro Municipal Humberto Sinibaldi. São obras gigantescas, com cores vivas, geométricas, surrealistas e com uma realidade fantástica. E o oposto! São Figuras profanas e mitológicas, realizadas entre 1983 e 84. Assim é a obra de Antônio Hudson Buck de Carvalho. Nascido em Pindorama, ainda na infância veio para Rio Preto. Com 15 anos de idade foi descoberto, juntamente com JC Serroni e Jayme de Souza Filho, no Salão de Arte Juvenil, organizado pela escritora e jornalista Dinorath do Valle. “Dinorath fez na década de 1960 um estúdio multifuncional na Casa de Cultura com os três artistas. Foi um marco!”, diz Humberto Sinibaldi. “Nesta época, poucos artistas plásticos em Rio Preto ousavam experimentar outras tendências se não a pintura clássica”, diz o jornalista Alaor Ignácio, um dos poucos que tinha permissão para entrar no seu ateliê, apelidado de “Templo”. A solidão era a sua melhor amiga. Hudson deixou um grande acervo, espalhado em espaços públicos da cidade, como no Centro Cultural, Casa de Cultura. Um dos mais importantes artistas plásticos de nossa história.

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